Dois militares do comando territorial da GNR em Bragança, um dos quais é uma mulher afeta ao programa Idosos em Segurança, são suspeitos de burla a uma idosa, no valor de 155 mil euros. A vítima, uma professora aposentada, de 81 anos, residente numa aldeia do concelho de Bragança, passou um cheque naquele valor em nome da sogra da militar, que foi descontado no banco.
Entretanto, a idosa disse a um irmão que foi enganada, o que teria acontecido numa altura em que se sentia "muito frágil", na sequência de um problema de saúde que obrigou ao seu transporte de ambulância para o Hospital de Bragança. O dinheiro seria "para comprar um apartamento no Porto, mas para ficar em meu nome. Como numa me trouxeram o contrato de compra e venda, achei estranho e senti-me enganada", contou Maria Rocha.
A idosa e a militar haviam ficado amigas no âmbito das visitas que esta fazia no trabalho Idosos em Segurança. "Ela dizia que se preocupava comigo e eu confiei nela porque é da GNR", acrescentou Maria Rocha.
A titularidade foi revertida e a conta voltou a estar em nome da idosa, depois de o irmão ter tratado do assunto no banco, mas o dinheiro do cheque não foi devolvido, o que levou a família a avançar com uma denúncia para a GNR e para a Inspeção-Geral da Administração Interna.
O caso é do conhecimento do Comando Geral da GNR, que o encaminhou para o Ministério Público e “está disponível para colaborar em todas as diligências processuais que daí advenham”.
A alegada burla chegou ao conhecimento da GNR através de uma denúncia escrita. Entretanto esta força de segurança instaurou dois processos internos no âmbito disciplinar contra os referidos militares, ambos com cerca de 45 anos, “e a um deles foi-lhe aplicada a medida provisória de transferência preventiva para outras funções”, adiantou o comando geral.
A professora aposentada tem vários familiares, nomeadamente irmãos e uma filha adotiva.